"Campo de Concentração" - Quando vemos esta palavra logo vem em nossa mente, Hitler, a suástica nazista, Partido Nazista, nazistas alemães, campos de extermínio em massa... Não é à toa que o símbolo desta postagem é a entrada para o campo de concentração de Auschwitz II-Birkenau no sul da Polônia que se tornou o símbolo de perseguição, morte certa, extermínio e Holocausto nazista.
Mas você sabia que o Campo de Concentração na verdade não foi uma invenção nazista e que perdura até os dias de hoje?
Para começar, nenhum país pode fazer campos de concentração para prisioneiros a "torta direita" (de uma hora para outra como quiser). Ele é regulamenta pela chamada Terceira e Quarta Convenções de Genebra, de 12 de agosto de 1949. Mas esta, infelizmente é violada constantemente. Em tese, esses centros de confinamento devem obedecer às regras das convenções internacionais, bem como submeter-se à fiscalização de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos. Mas em vez disso, conforme inúmeros relatos e registros existentes há exploração de mão-de-obra em regime de escravidão, tortura de prisioneiros das mais diversas, extermínio de presos políticos, prisioneiros de guerra e membros de grupos étnicos. E segundo os pesquisadores, tudo isso é motivado por simplesmente por uma ou outra ideologia, política totalitária e funções militares, entre outras.
O seu uso é muito comum para confinamento de dissidentes políticos por regimes ditatoriais, embora seja também em alguns países como solução extrema para deter os fluxos migratórios ilegais.
Agora que já conhecemos algumas coisas que estão ao redor da construção e regulamentação de um campo de concentração, vamos a história dele.
Estados Unidos
O primeiro campo de concentração que se tem história começou sim em 1838 Nos Estados Unidos pelo Exército dos EUA. A tribo indígena Cherokee foi forçada a um reassentamento e presos neste. Esta medida foi aprovada pelo presidente Andrew Jackson ao aplicar o chamado "Ato Indígena de Remoção". Hoje isso é lembrado pelos cherokee como o Trail of Tears (Traços das Lágrimas). Neste, várias pessoas foram presas por motivos racistas em condições desumanas em áreas que faziam o seu próprio sustento impossível e isso levou a crianças, mulheres e homens sedentos. Os resistentes que surgiram foram punidos com a morte.
Logo em seguida, durante a Guerra Civil americana (1861-1865), no quesito tortura existente em campos, o campo de prisioneiros se tornou um lugar de tortura e maus-tratos, o que lhes permite comparar a estes também com os campos de concentração posteriores. Assim, em um acampamento chamado Andersonville (E.U.A.), criado pelos soldados sulistas para soldados capturados do Exército Federal (nortista), muitos morreram de fome e desnutrição, mais de 13 mil presos nortistas. Pelo menos 300 prisioneiros foram mortos apenas porque ultrapassou a linha do campo.
Em Andersonville prisioneiros foram torturados até mesmo para descobrir qualquer informação militar útil ou outro para as autoridades do acampamento, ou por simples sadismo. Após a guerra, o comandante do campo, Henry Wirz condenou nortistas à morte por enforcamento, como "criminosos de guerra". O veredicto oficial foi "negligência da saúde e da vida dos prisioneiros de guerra".
Foto do campo de Andersonville: históricos tratos desumanos sádicos desnecessários
As condições em alguns campos dos nortistas (que também tiveram os seus) também não foram dos melhores.
Depois, o seu uso foi repetido durante a Segunda Guerra Mundial quando, sem motivo algum, simplesmente em resposta ao ataque de Pearl Harbor prenderam cerca de 120.000 pessoas, a maioria da etnia japonesa mesmo tendo a cidadania. Depois foram para lá também cidadãos alemães dos quais o governo aproveitou para trocar por prisioneiros judeus americanos que estavam em campos de concentração europeus. Também foram presos italianos. Todos foram considerados potencialmente perigosos.
Outras pessoas também de outras origens foram forçadas ser internado neles como as Testemunhas de Jeová por abjeção de consciência. Foi uma histeria sem limites.
Eram situados em locais remotos do interior do país e foram projetados especialmente para este fim e funcionaram entre 1942 até 1948. As pessoas foram retiradas à força de suas casas (como fizeram na Alemanha) sem uma ordem judicial. Um bom número destas pessoas era da costa oeste, que também incluíam mulheres e crianças dos quatro estados de Washington, Oregon, Califórnia e Nevada foram enviadas para instalações de segurança máxima. Os campos eram cercados com arame farpado e vigiados por guardas armados. Aqueles que tentavam fugir eram abatidos. As famílias estavam em quartos de 7-8 metros quadrados e cobertos com papel de alcatrão.
Segundo investigadores as prisões foram feitas graças ao "preconceito racial, à histeria bélica e à deficiência da liderança política".
A ordem partira do presidente Franklin Delano Roosevelt através do decreto 9066, que autorizava ao chefes das guarnições militares a designar "áreas de exclusão".
Franklin Delano Roosevelt - Ataque aos inimigos fora e
dentro do país sem distinguir que era ou não
A "área de exclusão militar número um" correspondeu a toda a costa do Pacífico na qual não podia haver pessoa de ascendência japonesa.
Mas de tudo isso que ocorreu podemos ver, como na gravura a seguir, que os soldados nipo-americanos do 442º Regimento de Infantaria dos Estados Unidos, como estes da foto, a mesmo tempo em que lutavam na Europa, as suas famílias permaneciam detidas nestes campos de concentração nos E.U.A.
Soldados japoneses que do 442º Regimento que lutavam na Europa
enquanto suas famílias estavam detidas nos campos de concentração americanos
Mapa dos Campos de Concentração americanos durante
a Segunda Guerra Mundial
Hoje em dia também existe comentários sobre campos de concentração que foram construídos, segundo eles, para uma futura rebelião civil. Mas segundo outros, servirá como campos concentração ou de extermínio em massa para quem não quiser aceitar a implantação da Nova Ordem Mundial nos Estados Unidos. Será?
Campos de Concentração do FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências, em inglês)
A história dos campos de concentração dos Estados Unidos também tem uma certa ligação com os de Cuba.
Cuba
A história real com o nome campo de concentração de longo prazo começou na Luta de Cuba pela Independência contra a Espanha de 1868 à 1898, quando os espanhóis do general Conde de Valmaseda e, mais tarde, em 1896, em muito maior número pelo general Valeriano Weyler y Nicolau decidiu como os residentes que não eram tão rebeldes queriam ser tratados e para isso estes deveriam residir em campos fortificados, o chamado campos de reconcentración. Este foi especificamente para os civis: "homens velhos, mulheres e crianças" dos quais eles queimaram as casas e campos e, em seguida, deportou-os apenas com as roupas do corpo e, no local, autorizou a construir cabanas de folhas de palmeira cercado por uma cerca de arame farpado.
Os generais da Espanha na colônia Cuba: (esq) Blas de Villate y la Hera (Conde de Valmaseda ou Balmaseda) e Valeriano Weyler y Nicolau (1º Duque de Rubí): primeiros as usar o termo campo de concentração
A fundadora da Cruz Vermelha Americana, Clara Barton, declarou que o massacre turco de armênios (já citado) foi menos violenta do que a que veio a haver em Cuba.
Por causa disso, após a intervenção dos Estados Unidos na venda das Filipinas fez com que também interviesse humanitariamente para pôr fim a atividade de campos de concentração e de extermínio usadas em guerras civis. Em fevereiro de 1898 o presidente norte-americano, William McKinley, fez uma política que acabou colocando severas restrições sobre a independência da ilha.
Na ilha de Cuba existe um que pertence e que é usado pelos Estados Unidos hoje principalmente para prender terroristas que nacionais ou internacionais. A famosa Ilha de Guantánamo cuja prisão se chama Campo de Detenção da Baía de Guantánamo (em inglês: Guantánamo Bay Detention Camp. Ela foi submetida ao controle internacional de Cuba em 1903 em um contrato de arrendamento perpétuo de 116km² de terra e água na baía de Guantánamo. No começo o propósito era a mineração e operações navais.
Baía de Guantánamo na Ilha de Cuba
Nela houve cerca de 775 prisioneiros sem acusação formada, sem processo constituído e sem direito a julgamento. Houve também denúncias de tortura que incluía privação de sono, espancamentos e bloqueio em celas limitadas e frias. Dizem que houve tentativas de suicídio de presos que é sempre negada. Tentaram fechá-la em 2007, mas em vão.
O valor da locação da ilha era, até 1934, sob Tratado Porko Avery de $ 2.000 em moedas de ouro passou para US$ 4085.
Será que é evidência da política de McKinley que perdura até hoje de uma forma desconhecida? Porque não serviu para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial?
Além do caso norte-americano dentro de Cuba, há o das Unidades Militares de Ajuda à Produção (UMAP) que durante os anos de 1965 à 1968 foram internados homossexuais, religiosos, artistas e até mesmo pessoas que escutavam a um determinado tipo de música ou tinha um determinado tipo de corte de cabelo ou vestido que as autoridades simplesmente não gostavam.
Já em seu início, em 1965, haviam 45 mil prisioneiros.
Reino Unido
A outra parte da Potência Mundial também marcou sua presença na história dos campos de concentração. Ela marcou por aplicar a forma moderna e sistemática de campo de concentração conhecida hoje durante a Segunda Guerra dos Bôeres ocorrida entre 1899 e 1902 (mas entrando em atividade no ano seguinte,1900) pelo comandante britânico Horatio Kitchener que quis utilizar os campos como parte de sua estratégia de combate à guerrilha que queria permanecer independentes do Reino Unido as repúblicas de Transvaal e Orange (hoje províncias pertencentes a África do Sul), no nordeste da África do Sul quando a Coroa Britânica queria anexar a si as duas repúblicas, ricas em jazidas de diamante, ouro e ferro e os bôeres, residentes desde 1830, lutaram para preservar a independência do local fazendo com que os ingleses vissem este nacionalismo como um perigo à dominação do Reino Unido no sul da África.
Governador Geral do Sudão, comandante em
chefe da Índia e secretário geral da Guerra da
Grã-Bretanha na Primeira Guerra Mundial e modernizador
dos campos de concentração Horatio Hebert Kitchener
A situação de penúria destes campos começou quando Kitchener ordenou a destruição das fazendas e deportou os fazendeiros e seus empregados para campos de concentração. Os prisioneiros, além de civis, a grande maioria eram de mulheres e crianças. Famílias inteiras foram confinadas nestes campos, onde os prisioneiros morriam lentamente de desnutrição (destacadamente as crianças) ou vitimados, devido a insalubridade existente neles, por epidemias que se tornaram muito frequentes como as de bronquites, pneumonias, disenterias e febre tifoide.
Os dois campos são o de Krugersdorp (em Transvaal) e Bloemfontein (em Orange).
Foto do campo de concentração para bôeres (em Krugersdorp - África do Sul)
Fora estes, Kitchener mandou exilar prisioneiros de guerra bôeres da África para campos de concentração localizados na Índia, Sri Lanka, Bermudas e na Ilha de Santa Helena (a mesma onde Napoleão foi exilado em 1815).
Império Otomano
Durante o Império Otomano, minorias cristãs foram perseguidas em mantidas em campos de concentração no período de 1913 à 1923 durante o massacre de armênios, assírios e gregos pônticos. Os campos de concentração e de extermínio usados por eles resultaram no total de mais de 3,5 milhões de mortos principalmente durante o governo dos Três Paxás (ou triunvirato ditatorial do Império Otomano) entre 1913 e 1918, como parte de uma estratégia para eliminação das populações perseguidas planejadas por eles. E criaram os campos para encerar principalmente os grupos de pessoas que sobreviveram às deportações e marchas da morte forçadas. Estudos indicam que existiram por volta de 25 campos e sua maioria foram instalados nas proximidades das atuais fronteiras entre a Síria, Iraque e Turquia.
O triunvirato otomano responsável pelo assassinato e tentativa de extermínio da minoria cristã no Império: (da esq. para a dir.) o ministro da guerra Ismail Enver, o ministro do interior Mehmed Talat e o ministro da marinha Ahmed Djemal
Estes campos existiram entre 1915 e 1919 em Hama, Homs e perto de Damasco (Síria) bem como também na região de Bab, Meskene, Raqqa, Ziaret, Salmon, Ras-ul-Ain e no destino do movimento das caravanas em Deir ez-Zor (campo de Deir ez-Zor).
As pessoas foram mantidas neles ao ar livre, sem comida e água. Isso, segundo testemunhas, acabou causando fome e doenças que acabaram causando uma alta mortalidade (sem o objetivo principal), especialmente entre as crianças. Em março de 1916, o governo turco decidiu matar os sobreviventes armênios deportados existente neles. Nesta ocasião, os campos ao longo do Eufrates em Deir ez-Zor tinha até 200 mil prisioneiros. Em agosto de 1916 eles foram deportados para Mosul, onde as pessoas foram mortas nos desertos do Marat e Suvar. Em alguns lugares as mulheres, velhos e crianças foram levados para cavernas e queimados vivos. Até o final de 1916, o acampamento ao longo do Eufrates deixou de existir aos poucos. Sobreviventes nos anos subsequentes se estabeleceram na Cilícia e mudou-se para a Europa e o Oriente Médio depois.
Este monumento, localizado na Praça Armênia, próximo à estação Armênia do metrô, em São Paulo, é um forte testemunho a lembrança, aqui mesmo no Brasil, deste genocídio pouco comentado na história.
Monumento “Homenagem ao Povo Armênio”. Obra do escultor
José Jerez Recalde - Praça Armênia - Armênia - São Paulo - Brasil
Apesar de várias evidências, a Turquia até hoje nega a reconhecer tais fatos.
Império Austro-Húngaro
Durante a Primeira Guerra Mundial, como também seus aliados de guerra anterior, o Império Austro-Húngaro criou os seus campos em Terezín e Talerhof para os russos (rutunos) e ucranianos do Império que simpatizavam com os estados da Tríplice Entente, seus inimigos.
Elas estavam sempre superlotadas.
Ela começou a entrar em operação logo após a explosão da guerra na Áustria-Hungria e que desencadeou juntamente com ela uma nova força de movimento anti-russo “cárpatos” entre os rutenos. A luta contra os intelectuais rutenos e camponeses suspeitos de simpatizar com o Império Russo ou apenas se considerarem russos ganhou uma escala maciça. Rusyns (outro nome para rutenos) foram colocados sob custódia, e às vezes fuzilados sem julgamento.
Vários milhares de rusyns foram levados para a fortaleza de Terezín, onde foram usados para o trabalho pesado e, em seguida, foram transferidos para Talerhof. Já os prisioneiros no campo de Talergofskom viviam em condições terríveis. No inverno de 1915 não havia condições sanitárias mínimas suficientes para todos os barracos, galpões de habitação, celeiros e barracas existentes lá. As prisioneiras foram abusadas e maltratadas.
No relatório oficial do marechal de campo Shleera (Schleier) a partir de 09 de novembro de 1914, foi relatado que em Talerhof houve 5.700 rutenos. Apenas em Talerhof, de 4 de setembro de 1914 à 10 de maio de 1917, passou pelo menos 20 mil galegos e bucovinos (subcárpatos). Somente no primeiro semestre do ano, mataram cerca de três mil prisioneiros. No total, de acordo com algumas estimativas, durante a Primeira Guerra Mundial foram exterminados nada menos do que 60 mil rusyns (rutenos).
O internamento em Talerhof também foram para cidadão da Entente que, no momento da declaração de guerra, estavam em território austríaco como turistas, estudantes, empresários, e assim por diante. Todos os encontrados foram enviados para lá.
Às prisões em campos de concentração também foram submetidos aos sérvios. Assim, foi na fortaleza de Terezin, que Gavrilo Princip, o jovem que deu o tiro no arquiduque Francisco Fernando e sua esposa, Sofia, que desencadeou a Primeira Guerra Mundial, foi mantido.
O notório prisioneiro dos campos de concentração austro-húngaro, Gavrilo Princip
Depois do ocorrido, civis sérvios também foram mandados para outros campos feito por eles como em Dobozh (46.000), Arad, Nezhider e Gyor.
Império
Passou a ser conhecido graças ao extermínio de pessoas durante o regime nazista imposta na Alemanha pelo tão conhecido chanceler Adolf Hitler. Mas o primeiro relato, que também envolve a Alemanha, ocorreu durante o Império Alemão no reinado do kaiser Guilherme II da Alemanha em sua colônia na África, a colônia Sudeste Africano Alemão, que é a atual Namíbia.
Kaiser Guilherme II (Wilheim II)
Lá houve uma revolta contra seu Império das tribos locais chamadas namaquas e hererós. Em resposta a esta revolta as autoridades locais alemãs criaram campos de concentração para confinar os rebeldes. Tanto no combate aos rebeldes terminando nas condições em que se encontravam os campos houve um número de mortos tão grande que este é tido como o primeiro genocídio do século XX historicamente chamada de Genocídio dos Hetrerós e Namaquas. Ele estendeu-se de 1904 a 1907.
República
Os campos de concentração, como é conhecido hoje, teve pela primeira vez na Alemanha a partir de março 1915 como internamento da empresa Krupp por Friedrich Albrecht para os trabalhadores poloneses em Barmen e Elberfeld. Logo isto foi usado para numerosas detenções e centros de detenção temporária para trabalhadores forçados deportados, prisioneiros de guerra e custódia protetora de político na Primeira Guerra Mundial e no período pós-guerra.
Na primavera de 1919, no mandato da Prússia pelo primeiro-ministro Paul Hirsch, o primeiro presidente da República alemã presidente Friedrich Ebert e o Ministro do Reichswehr Gustav Noske atualizaram um decreto imperial do qual em um curto espaço de tempo internou milhares de comunistas, a maioria opositores políticos, dos quais mais de 1000 foram assassinados em fuga.
(Esq.) Gustav Noske, (centro) Friedrich Ebert, (dir.) Paul Hirsch
Mesmo com a expulsão em massa de "judeus orientais" o ministro do Interior da Prússia Carl Severing (SPD) e seu sucessor Alexander Dominicus (DDP) criou em 1921 dois campos de concentrações em Cottbus Sielow e em Stargard, na Pomerânia.
O primeiro construído foi em Burg Stargard por volta de 1920. Nestes campos foram internados principalmente judeus da Europa Oriental, ciganos e pessoas de Jeni e Roma.
(Esq.) Carl Severing e (dir.) Alexander Dominicus
Ele teve de ser licenciado em 1923 depois de protestos por causa das condições desumanas. Com isso, o estabelecimento dos campos em longo prazo veio a partir do final de 1923, como resultado da execução da lei imperial revisada pelo presidente Friedrich Ebert que era do SPD que impôs contra os governos de coalizão do SPD e KPD formado na Saxônia e Turíngia.
Nazismo
Durante a Era Nazista da Alemanha, o que tornou os campos de concentração famosos, usou-os como ferramenta de dominação dos povos subjugados e pessoas sob seu de 1933 à 1945. Segundo os nazistas era racionalizada, burocratizada e quase industrialmente organizada para o assassinato e destruição de milhares de pessoas por dia.
O termo usado nos países de língua alemã para o campo de concentração tinha conexão com a abreviatura "KZ" cuja origem não é clara. Era tanto para os campos de trabalhos forçados como os de extermínio. Depois eles criaram a sigla mais perto "KL" foi criado por oficiais nazistas.
Durante o nazismo, as pessoas que mais sofreram foram dissidentes políticos, etnias como judeus (que eram os principais e o real objetivo da construção e utilização deste), ciganos, polacos, sintis, yeniches, políticos anarquistas e comunistas, homossexuais, deficientes mentais, os chamados antissociais e minorias religiosas como Testemunhas de Jeová. Após perderem seus nomes, ganharem números, se tornaram objetos de atos desumanos e de extermínio como escravizadas (explorados como trabalhadores sem alimentação adequada no contexto de "extermínio através do trabalho"), abusos, transformadas em cobaias, sofrendo descuidados que as transformaram em vítimas de doenças como tifo e cólera e outras enviadas aos chamados 'campos de extermínios para serem eliminadas em câmaras de gás entre outros objetos de execução.
Mapa dos diversos campos de concentração (os KZ) nazistas
(em espanhol)
Croácia
Este faz muito bem lembrar junto com os campos de concentração nazistas pois foi um dos quais as atrocidades se elevaram a um tal grau que superou a dos nazistas a ponto de deixá-los horrorizados, pedindo para controlar e, mesmo não sendo atendidos, eles mesmos (os nazistas) tiveram de intervir para frear a crueldade. Seu nome era Jasenovac. Nele dezenas de milhares de sérvios, ciganos e judeus ou quaisquer outros que a eles se opusessem ou não professassem a fé católica, incluindo-se aí alguns comunistas croatas, foram mortos pelas forças dos movimentos dos Ustaše que era o poder colocado no país pelas forças do Eixo em 1941. O número de vítimas é suscetível a interpretações e manipulações políticas. Entre 500 e 600 mil mortos eram oficialmente reconhecidos pela ex-Iugoslávia, mas outros estudos apontam números próximos a 90 mil vítimas.
Era liderado por Dinko Šakić. Mas o maior atroz e sádico que existia dentro deste campo de concentração era nada mais que um padre franciscano chamado Miroslav Filipović.
(Em cima) Dinko Šakić (na época em que atuava na
Croácia e na ocasião de seu julgamento em 1998)
e (em baixo) o sádico padre com uniforme ustaše Miroslav Filipović
Além dele houve mais alguns campos como o Danica, próximo de Koprivnica, Pag (cerca de 8.500 vítimas), Jadovno, próximo de Gospić (35.000 mil vítimas), Krušćica, na área de Vitez e Travnik, Đakovo (3.000 mil vítimas), Loborgrad, Zagorje, Tenja, perto de Osijek.
Itália
A Itália também teve os seus em particular (um total de 134 feitos pelos fascistas italianos) embora muitos os incluem juntos com os nazistas. Eles iam nos territórios europeus ocupados, da Dalmácia até a costa norte da Croácia ocupada, nas colônias africanas (Líbia), na Iugoslávia e no próprio território italiano. Nestes foram reunidos além de judeus (os ebrei), políticos e prisioneiros de guerra. Dezenas de milhares de civis foram presos entre 1941 a até 1943 nestes.
Os campos de Molat e Rab, 34% dos presos não sobreviveram. Este foi particularmente um campo de extermínio notório. O KZ italiano de Villa Oliveto (Civitella) em Siena e o campo de trânsito (DuLa) Fossoli, Bolzano e Sipo-Außenkommando (Sipo-Aussenkommando) perto de Pádua foram utilizados principalmente durante a ocupação alemã como um campo de trânsito para judeus e partisans para o campo Risiera di San Sabba em Trieste que era um de extermínio.
Fora estes, outros que se destacaram foram:
Arbe (campo de Kampor) Chiesa Nuova (Perto de Pádua), Gonars e Visco (perto de Palmanova), Molat, Monigo (perto de Treviso) e Renicci di Anghiari (perto de Arezzo).
Nestes, os trabalhos forçados era o mais comum e as condições de vida eram adversas e custaram a vida de muitos presos que não foram imediatamente executados.
A história deles é mal contada até hoje devido a uma "supressão" existente até hoje na Itália referente a memória em torno deles.
Japão
Seguindo o exemplo de seus companheiros de guerra, de 1941 à 1945, o Império do Japão criou campos de prisioneiros tanto no Japão como nos territórios ocupados na Ásia por eles para encerrar tanto militares (Aliados) como civis (graças ao seu racismo ultranacionalista) capturados.
Estes campos foram instalados nas Filipinas, Coréia (antes única), Taiwan, Hong Kong, Índias Orientais Holandesas (que abrigam territórios da atual Indonésia), Singapura, Malásia, Bornéo, Nova Guiné, Tailândia, China e Manchúria (hoje pertencente a China).
Mapa dos campos de prisioneiros (concentração) japoneses
A administração foi semelhante aos dos modelos alemães, particularmente no que diz respeito ao trágico destino de muitos trabalhadores escravos coreanos. E ainda mais das muitas milhares de jovens chinesas e coreanas (alguns calculam entre 50.000 e 200.000 mulheres) como "mulheres de conforto" (prostituição forçada)para os soldados da linha de frente japonesas.
Nestes, o que se destacou foi o do distrito de Pingfang, localizado nos arredores de Harbin, na China, que na época fazia parte do estado manipulado japonês de Manchukuo. Nele, tanto durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa (de 1937 à 1945) como na Segunda Guerra Mundial, os militares japoneses [kenpeitai (polícia militar)] usaram prisioneiros de guerra e civis inocentes como cobaias nas mais crassas experiências (mais que as realizadas por nazistas), com o objetivo de desenvolver armas químicas, biológicas, entre outras, pela unidade secreta de pesquisa e desenvolvimento da guerra biológica do exército imperial japonês [disfarçada pelo nome (traduzido) de Sede do Departamento de Prevenção de Epidemias e Purificação de Água de Kwantung], conhecida como Unidade 731. Liderada pelo médico e seu comandante, o tenente-general Shiro Ishii.
Foto da época da Unidade 731 da qual ocorreu os mais hediondos
experimentos com seres humanos pelos japoneses
Parte do mapa anterior mostrando onde se localizava a Unidade 731
O médico (mostro) dr. Shiro Ishii, responsável pelos mais crassos experimentos com humanos que superaram os nazistas e qualquer outro (foto colorida)
Grande parte de Pingfang foi queimada pelos japoneses para destruir as evidências. E o incinerador no qual cremavam os "restos" das vítimas foi deixado para trás e continua, até hoje, em uso por uma fábrica.
A história é muito pouco conhecida e divulgada.
E mesmo com várias provas do ocorrido, nenhuma indenização foi paga às vítimas e nenhuma posição sobre o caso ser considerado "crime de guerra" foi tomada.
Será que é por causa da grande aliança existente entre o Japão e os Estados Unidos posteriormente?
Iugoslávia
Durante a ocupação alemã e italiana na Iugoslávia a Utaše croata construiu campos de concentração principalmente para o extermínio da minoria sérvia na Bósnia e judeus.
Na ilha (croata) de Goli Otok ilha nua croata montaram um acampamento para prisioneiros políticos. Estes prisioneiros foram usados para trabalho forçado nas pedreiras. Depois de 1949 a até 1988 foi usada pelo governo comunista iugoslavo como uma prisão de alta segurança, inicialmente para os presos políticos e mais tarde para os criminosos e delinquentes juvenis. Em 1988, a prisão foi fechada e completamente abandonada em 1989. A ilha está desabitada agora, mas pode ser visitada por turistas.
Polônia
A história de campos de concentração na Polônia começou logo após a derrota do Exército Vermelho, perto de Varsóvia e Lvov, no verão de 1919. Um grande número de prisioneiros de guerra foram concentrados nos campos, o mais famoso o Tuchola. Muitos dos prisioneiros morreram nele em consequência da fome e humilhação dados pelos soldados poloneses, bem como doenças.
Além disso, sob o movimento chamado "Sanacja" ("Reabilitação" que visava a "limpeza moral" da política do país) em 1934, por Józef Piłsudski, foi estabelecido um campo de concentração em Bereza-Kartuzskaya para uma "reclusão amigável" de presos políticos.
Józef Piłsudski: uso de campos de concentração em seu programa político
U.R.S.S. (União Soviética)
Nestas, os seus campos de concentração foram apelidados de gulag (que talvez acabou servindo como um meio para disfarçar) ou campos de trabalhos forçados. Seu nome vem do russo: Главное управление исправительно-трудовых лагерей и колоний; translit: Glavnoye upravleniye ispravitelno-trudovykh lagerey i kolonij que traduzido é "Administração Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Colônias".
O uso de campos de concentração na União Soviética começou no verão de 1918 com Lênin com o propósito de continuar o chamado Terror Vermelho. O de Oblast Penza serviu para internar adversários políticos. Em maio de 1921 o número de prisioneiros era cerca de 16.000, alguns meses depois subiu para mais de 70.000. A partir da Revolta Camponesa de Tambov, 1.921 campos de concentração foram criados para quebrar a resistência.
Na chamada Era Stalinista soviética, alguns dos que pertenceram aos nazistas (de países que outrora eram dominados pelos nazistas e que depois passaram a ser países satélites da União Soviética) e passaram a ser usados pelos soviéticos e transformados em gulags. Ou seja, de KZs para gulags.
Ela começou um pouco antes da ascensão de Stálin no poder, muito usado durante e continuando até um pouco depois. Foram ativos de 1923 à 1961, e neste período eles foram os primeiros a registrar a marca de milhões de mortos superando inclusive o número de todas as pessoas mortas durante o Holocausto no período da Alemanha Nazista.
Gulags ou Campos de Concentração da U.R.S.S.
Nesta época, após a Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas na Europa Oriental que tinha realmente ou supostamente colaborado com os criminosos de guerra alemães, quem dissesse algo contra Stálin, inimigos reais e imaginários entre outros motivos banais, foram internados em campos de concentração, por exemplo, na Tchecolosváquia, Hungria e Polônia, onde muitos foram internados.
As condições não estavam em conformidade com as disposições da Terceira Convenção de Genebra e muitas pessoas morreram ou sobreviveram com sequelas.
Dentro dos gulags também aconteciam e eram permitidos muitas atrocidades cometidas entre os próprios presos.
Em um país satélite, a Romênia, sob a liderança da líder do Partido Comunista do país, Ana Pauker, os prisioneiros sofreram os mais diversos e inventados tipos de torturas e desumanidades que superam até hoje qualquer imaginação. Na maioria das vezes eram aplicadas para fazer a pessoa largar ou renunciar sua fé religiosa.
Ana Pauker: tortura principalmente contra pessoas religiosas
China
Os campos da China são chamados de Laogai, a abreviatura de Láodòng Gǎizào (em chinês: 劳动 改造/劳动 改造) que significa "Reforma através do Trabalho". Isso faz também lembrar muito as letras que haviam nas entradas dos campos de concentração nazistas "Arbeit macht frei" (O Trabalho torna-o Livre). Além, claro, de copiar a forma abreviada dos nomes dos gulags soviéticos. Este um slogan do sistema de justiça criminal chinês que tem sido usado para se referir ao uso da mão-de-obra prisional e de colônias penais agrícolas na China para vários trabalhos.
A diferença de seus semelhantes anteriores é que estes são ativos até os dias de hoje. Segundo estudos, estima-se que nos últimos 50 anos, mais de 50 milhões de pessoas foram enviadas para os campos laogai ultrapassando os números de prisioneiros gulags soviéticos até o último dia em que este funcionou. Ao lado deste existe um outro separado chamado laojiao (Reeducação através do trabalho) direcionado a pessoas que cometeram delitos menores e destina-se a transformá-los em cidadãos cumpridores da lei, ou seja, reabilitá-los a sociedade novamente. Ambos os sistemas envolvem o trabalho penal igualmente que produzem bens de consumo para exportação para a Europa e os Estados Unidos e cada um tem sido disfarçado como uma fazenda ou aldeia com nomes para ele como "A Nobre Vila do Norte" e organizado com uma fábrica do lado de fora. Eles também funcionam como acampamento em minas de carvão e urânio.
Em 1995, em 685 campos, houve 1.200.000 prisioneiros detidos. Estes números, no entanto, são reconhecidos como muito baixo (apenas no sistema de detenção e repatriação mais de 3,2 milhões de internações em 800 campos em 2000, segundo dados oficiais feitos).
Segundo Jean Pasqualini (autor de dois livros: Prisioneiro de Mao (7 anos Laogai), 1974 e Prisioneiro de Mao, 1976) estes campos não são usados somente para reabilitar, mas para "libertar dos maus pensamentos sobre o governo, seus líderes, a política do governo, os aliados do governo e do Partido Comunista". Para se alcançar isso, os presos são isolados do mundo exterior.
O Jean Pasqualini (1926-1997): ex-prisioneiro
do Laogai e escritor
As condições de detenção têm algumas diferenças dos gulags soviéticos. Eles são caracterizados pela fome, punições severas, abuso e tortura. De acordo com os conhecimentos atuais é calculado que cerca de 280 mil pessoas são mortas por ano. Para o período em torno do ano 2000, cerca de 200 mil ordens de prisão seriam dadas.
Campos de concentração (Laogai) chineses
O notável ocorrido nestes campos foi durante a gestão presidencial de Jiang Zemin de 1993 à 2003 que se tornou o homem mais poderoso da China por mais de 20 anos comprando assim a lealdade de muitos ao permitir e incentivar a corrupção em escala gigantesca muito além de qualquer coisa vista antes em todos os níveis do Partido Comunista.
Quando ele, junto com Zhou Yongkang, Xu Caihou, Bo Xilai, Li Dongsheng e outros líderes de alto escalão do Partido Comunista teve a ideia de conspirar contra a consciência do povo chinês começando pela chamada Falun Gong, sob o pretexto de “perseguir e eliminar uma disciplina espiritual e tradicional chinesa praticada por 100 milhões de chineses em 1999 com os princípios da disciplina de verdade, compaixão e tolerância”, colocando assim o regime comunista chinês em guerra contra a consciência de um em cada 13 chineses, tratando-a como criminosa, como acontece com qualquer outra fé religiosa nas terras sob o teto do chamado “estado ateísta”, primeiro fizeram com que os campos de trabalho forçado que estavam quase extintos antes de Jiang Zemin atingir dimensões sem precedentes e, logo em seguida, começaram a cometer crimes monstruosos em grande escala dentro destes ao praticar o assassinato de 62 mil praticantes desta fé (a Falun Gong destacada aqui) para a extração de seus órgãos forçados para a venda no mercado negro de implantes internacionais dando acréscimo a renda destes corruptos.
O ex-presidente Jiang Zemin sobre os seus quatro principais conspiradores corruptos e assassinos (da esq. para a dir.): Zhou Yongkang, Xu Caihou, Bo Xilai e Li Dongsheng - uso dos campos de trabalhos forçados para a extração de órgãos de prisioneiros para aumento na renda
Símbolo da Falun Gong (ou Falun Dafa): principal "bode expiatório" da
perseguição assassina calculista do governo comunista chinês
Os respectivos livros Blood Harvest (Colheita Sangrenta) de David Kilgour (esq.) e David Matas (dir.) e o The Slaughter (A Chacina) de Ethan Gutmann traz relatos detalhados sobre tal tipo de genocídio.
Para isso e muito mais, muitos dizem que a China é a "fábrica (ou laboratório) de modelos" para tudo que a Elite Globalista quer implantar ao estabelecer sua "Nova Ordem Mundial". Quem sabe isso não seja uma parte dela que é demonstrada aqui.
Coreia do Norte
Campos de concentração norte-coreanos:
vermelho: para prisioneiros políticos (os Kwan li so); azul: prisioneiros comuns (Kyo hwa lo)
Estas são atualmente consideradas as mais desumanas em atividades na atualidade.
Nela há relatos de pessoas sujeitas a tortura e a tratamentos desumanos aplicados pelas autoridades delas. Há histórico de frequentes execuções públicas e secretas de prisioneiros que inclui crianças e especialmente nos casos de tentativas de fuga, infanticídios (abortos forçados e assassinatos de bebês no ato do nascimento) fazendo com que a taxa de mortalidade seja muito elevada neles porque muitos prisioneiros morrem de fome, doenças e acidentes de trabalho ou tortura. Tudo é negado pelo governo por dizer que isso é proibido por lei processual penal mas muitos ex-prisioneiros testemunham o contrário (é comum pois muitas liberdades expressas na Constituição norte-coreana não saem do papel e são totalmente violadas sem empecilho algum). Mesmo com tais acusações o governo norte-coreano nunca fornece nenhuma informação sobre e continua a proibir o acesso de qualquer organização de direitos humanos aos campos.
De acordo com o depoimento do ex-guarda de campo Ahn Myong Chol, do Campo 22, também chamado de Campo de Concentração de Hoeryong, os guardas são treinados para tratar os detentos como sub-humanos.
Ex-guarda Ahn Myong Chol:
ordens dos superiores para tratar prisioneiros de maneira subumana.
Veja também dois vídeos sobre como é a vida nestes campos de concentração tendo como exemplo Shin Dong Hyuk, um jovem que nasceu e sempre viveu dentro de um e que não sabia que existia algo fora dele até fugir e as bizarrices que são encontradas neles sob o regime que ainda diz seguir moldes stalinistas. Ele viveu no chamado Campo 14.
TED: Fuga de Campo 14 - Odisseia de Shin Dong Hyuk por Blaine Harden
SIC Notícias - Shin Dong Hyuk e o Campo de
Concentração comunista da Coréia do Norte
O livro que relata mais detalhes de sua experiência de vida escrita pelo jornalista americano Blaine Harden conforme relatado por ele e disponível no Brasil graças a tradução de Maria Luiza X. de A. Borges pela editora Intrínseca.
Shin Dong Hyuk e o livro que está escrito suas
experiências relatadas por ele ao jornalista norte-americano Blaine Harden
Espanha
A Espanha de Francisco Franco também teve os seus campos de concentração fascistas. Elas funcionaram entre 1936 e 1947 dos quais haviam os estáveis e outros provisórios. Eles eram coordenados pelo Servicio de Colonias Penitenciarias Militarizadas (Serviço de Colônias Penitenciárias Militarizadas.
Modelo de campo de concentração
espanhol franquista - em atividade até os dias de hoje
De 1936 à 1942 cerca de meio milhão de prisioneiros foram recluídos neles nos quais incluíam ex-combatentes da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), republicanos, dissidentes políticos, homossexuais e presos comuns. Na época da existência do Reich nazista afirma-se que no perto de 10 000 espanhóis foram exilados para a França e acabaram em campos de concentração nazistas sem que o ministro de exteriores de Franco, Ramón Serrano Súñer, tentasse salvá-los. Existem provas de documentação escrita. Os poucos que se salvaram não puderam regressar à Espanha.
Ramón Serrano Súñer (12 de setembro de 1901 – Madrid, 1 de setembro de 2003): quando em atividade no regime franquista e na posteridade
Eles se caracterizaram pela exploração laboral dos prisioneiros, organizados em batalhões de trabalhadores. Houve um total de mais de 180 campos deste tipo em toda a Espanha dos quais 17 se destacaram.
Alguns estão em atividades até hoje para prisioneiros considerados de alta periculosidade.
Será que permanecerá só para isso no futuro?
Portugal
O seu vizinho Portugal, também não quis ficar de fora e entrou "na onda" de campos de concentração.
O que se destacou foi o campo de concentração do Tarrafal.
Campo de concentração português de Tarrafal:
(esq.) vista aérea com desenho em destaque mostrando como era os
postos de vigilância, (dir.) muro exterior do campo e (em baixo)
visão dos edifícios das celas coletivas do campo
Situado em Chão Bom na Ilha de Santiago (Cabo Verde) criado pelo Estado Novo (regime fascista português que durou de 1933 até a Revolução dos Cravos, denominada historicamente de Revolução de 25 de Abril de 1974) de Antonio Salazar e que, de acordo com o Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936 o Campo servira para receber: presos políticos e sociais, afastar da metrópole presos problemáticos, detentos de outros estabelecimentos prisionais que se mostram refractários à disciplina, elementos perniciosos para outros reclusos, condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, presos preventivos, e, por fim, presos por crime de rebelião.
No decreto do campo também incluía a seguinte declaração: "... através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.". Passou a ser conhecido pelo nome de "Campo da Morte Lenta".
Sua atividade foi encerrada em 1954 mas foi reativado em 1961 sob a denominação de "Campo de Trabalho do Chão Bom" para receber prisioneiros oriundos das colônias portuguesas. Logo em seguida, desativado novamente e o Museu da Resistência integrou um projeto de preservação e musealização do ex-Campo com o objetivo, a longo prazo, de que venha a ser declarado como Patrimônio da Humanidade.
França
A França que esteve entre o fogo cruzado entre o Aliados e o Eixo teve dois campos de concentração em sua história, o de Gurs e de Drancy.
Campos de concentração usados pelos nazistas com
as localidades dos campos de Gurs e Drancy marcados.
Campo de concentração de Gurs - este inusitado campo fora criado como campo de refugiados espanhóis na França em 1939 por motivos da Guerra Civil Espanhola, foi convertido a partir de 1940. Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, no Governo de Vichy, este campo foi empregue como prisão de judeus de qualquer nacionalidade (judeus alemães foram enviados da Alemanha pelo governo nazista até este determinar o que fazer com eles), exceto francesa, e pessoas consideradas perigosas pelas suas ideias políticas, tanto alemães como franceses, e outras segundo as ideias nazistas, e presos por delitos comuns. Após a libertação da França, foram internados brevemente colaboracionistas franceses e prisioneiros de guerra alemães e combatentes espanhóis que lutaram na Wehrmacht. Os alemães permaneceram até serem transferidos para o seu país. Os espanhóis, por sua vez, permaneceram até 1946 quando a vontade de terminar com a ditadura franquista dos Aliados passou.
Planta do campo de concentração de Gurs
As situações precárias deste campo giraram em torno do: 1) o local escolhido foi um cerro alongado, de terra argilosa, cuja utilidade agrícola era praticamente nula: um pouco de milho e devessa para gado vacum, 2) Em cada parcela foram montados 30 barracões, ao todo 382. Não estavam providos de janelas nem de outra ventilação, 3) não protegiam do frio, 4) não tinham armários, 5) adormeciam sobre sacos cheios de palha colocados sobre o chão, 6) cada barracão tinha uma superfície de 25 m² e na máxima ocupação do campo, em cada barracão chegaram a alojar 60 pessoas, 7) a comida era escassa e péssima, 8) não havia serviços sanitários regulares, nem existia água corrente e nem saneamento, os asseios eram rudimentares, não muito diferentes de bebedouros para animais, e no travado de cerca de 2 metros de altura, onde estavam construídos os retretes, estavam colocadas as grandes tinas que recolhiam os excrementos, 9) pedaços de arame que foram desprovidos dos seus espinhos eram tendidos entre os barracões, os asseios e as retretes para, a modo de corrimão, facilitar o trânsito das pessoas. 10) o campo não estava drenado fazendo do campo argiloso um permanente barrizal.
O que torna este interessante é que o regime de internamento era diferente ao de um campo de concentração dos considerados como de trabalho ou de extermínio: não se realizavam trabalhos forçados, não houve execuções nem sadismo por parte dos guardas. Não era difícil fugir do campo. Nem os alambrados eram muito densos nem a vigilância muito severa. O que faziam os prisioneiros retornarem era a sua situação: mal vestidos, sem dinheiro, sem conhecimento do idioma do país, os que fugiam eram encontrados cedo e devolvidos para o campo. Os reclusos bascos chegaram a criar uma orquestra e construíram um campo de desportos. Com os "indesejáveis" no qual havia numerosos artistas, faziam "centros culturais" que eram realizadas representações musicais e teatrais. Com os alemães das Brigadas Internacionais foi editado um jornal em alemão com o nome de Lagerstimme KZ Gurs do qual houve mais de 100 edições. Os habitantes dos lugares vizinhos podiam acercar-se ao campo e vender alimentos aos reclusos. Durante algum tempo, o comandante permitiu que mulheres reclusas saíssem do campo para comprar provisões. Havia serviço de correio bem como, ocasionalmente, visitas. Já sob o regime nazista francês de Vichy na ocasião que o Gauleiter ("governador") nazista de Bader forçou a da maioria dos judeus da cidade para Gurs na chamada Operação Bürckel, mais de mil pereceram vítima de doenças, má nutrição e pessimismo.
Enquanto nos outros "ilhotes" muita gente morria, no pertencente aos bascos as condições eram as melhores.
O Campo de Gurs permaneceu em funcionamento durante sete anos (1939-1946) sendo o de maior duração na França.
Para terminar, queira ver um vídeo que mostra fotos que retrataram a vida neste campo de concentração:
Campo de concentração de Gurs
Campo de Concentração de Drancy - também conhecido como Campo de Deportação de Drancy, era um campo de concentração temporário que foi usado durante a ocupação da França pelo alemães nazistas.
Drancy era um complexo de vários andares, construído para 700 pessoas mas, no seu auge, contou com mais de 7.000 prisioneiros. Originariamente foi feito como um projeto imobiliário público mas foi convertido no Governo de Vichy para um centro de detenção para judeus, homossexuais e outros tidos como "indesejados" que eram encarcerados por ordens dos nazistas e esperavam pelos transportes (ferroviários) que os levariam para Auschwitz ou outros campos de extermínio alemães.
Planta do campo de concentração de Drancy
Fotos do complexo de Drancy que se tornou campo de concentração
Um dos vagões preservados que foram usados para
transportar prisioneiros de Drancy para outros campos
de concentração ou de extermínios alemães.
Até 01 de julho de 1943 estava sob o controle da polícia francesa. Depois desta data, os alemães decidiram tomar a dianteira para acelerar as exterminações.
As condições neste campo sob os nazistas eram brutais. As crianças eram separadas dos pais. Muitos intelectuais e artistas franceses estiveram presos em Drancy.
Das 120.000 pessoas que passaram por Drancy, aproximadamente 65.000 eram judeus. Destes, 63.000 foram assassinados, incluindo 6.000 crianças. De todos, apenas 2.000 pessoas estavam vivas quando as forças aliadas libertaram o campo em 17 de agosto de 1944.
O interessante da história em torno destes campos de concentração franceses é que os judeus franceses não foram presos ou sofreram algo e, tudo relacionado a eles, no Governo de Vichy era tolerado. Diferente de outros lugares ocupados pelo Eixo e seus aliados.
Argentina
Estes da Argentina merecem destaque, não somente porque foi uma das quais surgiram na qual será chamada aqui de "Era das Ditaduras Militares", que houve em vários países da América Latina, mas pela sua crueldade no que diz respeito a violação dos Direitos Humanos Universais de várias pessoas.
Eles começaram a sua atividade a "todo vapor" após o "golpe de estado" orquestrado pelas três forças armadas (marinha, exército e aeronáutica) da Argentina em 24 de março de 1976 pondo fim ao governo da primeira mulher, tanto na Argentina como do mundo, a ser presidente de um país, a terceira esposa de Juan Perón, Isabelita Perón (María Estela Martínez), na qual seria posto Jorge Videla como presidente da República.
O implantador do horror por meio de campos de
detenção ou concentração na Argentina Jorge Videla
na época em que governava e na posteridade antes
de sua morte em 17 de maio de 2013
Estes eram chamados Centros Clandestinos de Detenção (CCD) e não passavam de instalações secretas empregadas pelas forças armadas e de segurança do país para simplesmente executar a ideia assassina do governo de desaparecer sistematicamente várias pessoas chamado de "Processo de Reorganização Nacional" que vigorou de 1976 à 1983.
Este plano do governo, de fato, fazia parte de operações de contra-insurgência clandestinas, surgidas poucos anos antes, em 1975, no quadro chamado "Operativo Independência" que também servia para eliminar a dissidência política que houvesse no país. Aí, no mesmo ano fez-se surgir as primeiras instalações do CCD: em La Escuelita em Faimallá (em Tucumã), no El Campito, (na província de Buenos Aires) e na empresa Acindar (em Villa Constituición).
Em 1976 chegaram a existir 610 CCD. Mas muitos deles eram temporários ou circunstanciais. Após os primeiros meses após o golpe de estado começou a sua redução que foi de 364 para existir apenas um em 1982, a ESMA ("Escola de Mecânica da Armada" pertencente a Marinha argentina), que atuou até o fim da ditadura em 1983 e que foi um dos eixos de todo o sistema.
O ESMA, o maior centro de detenção da ditadura argentina - 90% presos foram assassinados e desapareceram por terem sido incinerados e enterrados próximo ao campo de desportos do prédio. A maior parte morreu ao serem sedados e jogados no Rio da Prata para assim morrerem afogados enquanto outros foram fuzilados ou mortos sob tortura.
Os famosos da Argentina, após o ESMA, foram:
Província de Tucumã
Escuelita de Famaillá - foi a primeira experiência de campos de concentração no país. Funcionou na Escola Diego de Rojas.
Cidade de Buenos Aires
El Olimpo - Nesta há registros de ali eram armazenados os roubos realizados durante os sequestros. Dos 700 detidos, apenas 50 sobreviveram.
O Club Atlético - recebeu este nome por estar localizado nas proximidades do clube de futebol, "Clube Atlético Boca Juniors") e que foi demolido para a construção da auto-estrada 25 de Mayo.
Grande Buenos Aires
El Campito - também conhecido pelo nome "Los Tordos", no qual foi o principal campo de concentração (El Campito, "La Casita" e a Prisão Militar de Incausados eram controlados por ele) usado pelo exército entre 1975 e 1982. Neste, cerca de 5000 foram detidos dos quais menos de 10% (apenas 43) sobreviveram. O "sistema de partos clandestinos", foram executados nele através do Hospital Militar de Campo de Mayo (que também estava sob seu controle) pelo médico ortopedista Norberto Atilio Bianco.
O "anjo da morte" argentino Norberto Atilio Bianco
Empresa El Vesubio - Antes do golpe de estado era chamada de La Ponderosa, e situado no Grande Buenos Aires, na localidade de La Tablada apelidada de "Partido de La Matanza". Deixou de funcionar e os seus edifícios foram demolidos em 1978 a mando da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
A Mansión Seré (Quinta de Seré ou Atila) - Foi um CCD sob a jurisdição da Força Aérea. A partir de 2000 funciona no lugar a Casa da Memória e a Vida e a Direção de Direitos Humanos da Municipalidade de Morón.
Província de Córdova
La Perla - também chamado La Universidad, foi instalado em 1975, antes do Golpe Militar e desmontado em 1979.
Segundo o livro "Sobreviventes de la Perla", há o relato que neste CCD... "... os prisioneiros eram fuzilados nos campos perto do centro. Até ali eram transladados num camião batizado "Menéndez Benz". Os prisioneiros, ... "Antes de... [descer]... do veículo, eram maniatados. Depois... [baixavam-se]... e eram obrigados a ajoelhar-se diante do poço e eram fuzilados. Nos fuzilamentos participavam oficiais de todas as unidades do Terceiro Corpo, dos subtenentes até os generais."
Sul Argentino
Zona militar 5 - entre 1975 e 1983, o sul do país ficou sob a autoridade da zona militar 5, e as suas subzonas e áreas, em cada uma das quais os seus chefes militares tinham completa autonomia repressiva. "5" por causa do total no total. Na Bahía Blanca, La Escuelita de Bahía Blanca do Comando do V Corpo de Exército (era uma edificação precária e ruinosa, que serviu antes para guardar cavalos militares) e "Batarias" na Base Naval de Puerto Belgrado. Em Neuquén, "La Escuelita de Neuquén", no então Batalhão 181 (atual Batalhão 161) do Exército e Rawson no Penal de Rawson (anteriormente uma casa velha que serviu de galpão de chapas transformado em alojamento para detidos).
Apesar de haver diferenças destacadas nas descrições de cada um, os CCDs foram organizados em uma estrutura e regime de funcionamento similar. Ela era dividida em duas seções:
1) Lugar Transitório (LT): tinham uma infraestrutura precária na qual mantinham os presos em condições de grande precariedade e estava destinada a funcionar como um tipo de primeiro lugar de alojamento para os detidos-desaparecidos.
2) Lugar de Reunião de Detidos (LRD): havia uma ou mais salas com amplos espaços que tinham uma organização mais estável e estavam preparados para alojar, torturar (geralmente durava entre um e dois meses) e assassinar grandes quantidades de detidos. Nestas também havia um centro de habitações para os torturadores e guardas nos quais eram ensinados a estes as técnicas de tortura e todos os demais procedimentos.
3) Quase todos tinham algum tipo de serviço médico (tanto para os militares como para registrar os óbitos dos presos). Em alguns casos tinham serviços religiosos para o pessoal militar.
Com este sistema o governo militar argentino sequestrou, torturou e assassinou milhares de dissidentes e suspeitos políticos de todos os tipos. Fora vários tipos de civis incluíram médicos, advogados que se dispuseram em ajudar e dar apoio profissional aos perseguidos que foram vítimas dos mais variados meios de desumanização: substituição do nome por um número, violações, animalização, humilhação, amontoação, condições intoleráveis de alojamento, isolamento, nudez forçada, racismo, antissemitismo, homofobia, etc.
Os métodos de desaparecimento aplicados as vítimas eram voos da morte, fuzilamentos em massa, valas comuns, túmulos NN, incineração de cadáveres. Quando não, sofriam deportação e exílio, condenação a prisão, continuidade como detido-desaparecido das mais variadas formas: usados como escravos, colaboradores, reféns, etc.
Referente ao "sistema de partos clandestinos" empregado e que girou em torno das mulheres grávidas detidas, estas, por sua vez, não eram assassinadas, mas sofriam o tal parto clandestino e o bebê era retirado forçosamente da mãe e a sua identidade era omitida impedindo-a de ter qualquer chance de encontrá-lo novamente algum dia. Após isso, era entregue para ser criado por pessoas intimamente ligadas ao sistema (famílias de militares que não podiam ter filhos) ou, em alguns casos, aos próprios partícipes do assassinato do próprio pai ou mãe automaticamente.
Esta mesma ideia Argentina também foi efetuada em outros países da região. Alguns dizem que "tinha total apoio dos Estados Unidos posteriormente pois este estava interessado em promover, a todo custo, o controle do comunismo e outras correntes ideológicas opostas ao seu lado na chamada 'Guerra Fria' graças depois a instalação da Cuba comunista debaixo deles." Mas será que foi? Será que não foi o mesmo "teste de laboratório" usado pela "Elite Globalista" como no passado usados na antiga U.R.S.S. e em atividade na China e Coréia do Norte e pretensiosamente planejado para o futuro através dos polêmicos do FEMA?
No total cerca de aproximadamente 30.000 pessoas desapareceram.
Brasil
O Brasil também tem uma história em torno dos campos de concentração.
Tudo começou em 1915 e depois em 1932 quando o governo brasileiro criou para confinar retirantes que fugiam das secas. Estes campos eram inicialmente conhecidos como "os currais do governo".
O objetivo principal de sua criação e primeira utilização, em 1915, em Alagadiço, à oeste de Fortaleza, no Ceará, se deu graças aos temores que o governo [do marechal Hermes da Fonseca (1910-1914)] teve de se repetir as invasões que foi realizado pelos flagelados (sertanejos famintos) que invadiram a capital cearense na seca de 1877, sob o reinado de Dom Pedro II, atemorizando a população urbana com seus saques. Nesta vez, 8 mil pessoas foram alojadas, cuidadas com alguma comida sob a vigília de soldados.
Ruínas da sede do primeiro campo de concentração brasileiro do Alagadiço (hoje Otávio Bonfim) - CE
A segunda vez, em 1932 [sob a ditadura fascista de Getúlio Vargas (de 1930 à 1945)], foi implantada novamente sob o mesmo temor só que desta vez não somente em Fortaleza, mas também em cidades com alguma estrutura básica e com estações de trens com um outro no noroeste da capital, na capital da Terra da Luz, Pirambu (ou Campo do Urubu como ficou conhecido), Crato, Cariús, Ipu, São Mateus, Quixadá, Quixeramobim e Senador Pompeu (em uma parte conhecida como Sertão Central do Estado).
Desta vez também os sertanejos receberam algum cuidado (assistência médica para todos) e comida além de poder trabalhar nas frentes de obras, mas sempre sob a vigilância de soldados. Mas, com o tempo, toda esta bonança mostraria o que realmente era: uma verdadeira farsa. Segundo um sobrevivente, houve o seguinte:
"Dali não podíamos sair sem a autorização dos inspetores do campo e havia guardas nos vigiando constantemente. Aqueles que tentavam fugir eram enquadrados na lei como marginais."
Cerca de 73.000 flagelados foram confinados em campos onde as condições eram desumanas, o que resultou em inúmeras mortes.
Restos de outro famoso campo de concentração, o de
Senador Pompeu (CE): de grande armazém à campo
de concentração - mancha na história brasileira
Mapa das localidades em Senador Pompeu que serviu como instalações ligadas ao campo de concentração. Os 12 casarões foram erguidos em 1919 para abrigar operários e engenheiros ingleses que vieram trabalhar na construção de um açude na região mas depois foram utilizados como sede de campo de concentração.
Casarões de Senador Pompeu usados depois
como campos de concentração para os refugiados
Segundo relatos, em nome da civilidade e modernidade, o governo da época dizia ter conseguido, finalmente, "enjaular a pobreza" por (com os campos que foram projetados para abrigar 2000 refugiados, na ocasião da seca) chegar a manter nele entre 18.000 à 65.000 flagelados, retrato vivo da miséria presente no país. Depois, estes milhares de retirantes acabaram sendo obrigados a serem confinados e, além de ficarem presos, passaram a morrer de fome e de doenças como a varíola, sarampo e desnutrição. Chegara a morrer de oito a dez pessoas por dia fazendo com que os demais prisioneiros relatassem que "conviviam intimamente com a morte".
Na ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932, muitos dos prisioneiros foram enviados para as trincheiras em São Paulo a mando do governo federal.
Entre as duas ocasiões, no governo do 12º Presidente da República, Artur Bernardes (1922-1926), foi montado na cidade de Clevelândia do Norte (AP) um que se tornou um violento campo de concentração lembrado como "inferno verde". Sobreviventes relataram ter sofrido, sob a guarda do Estado, insalubridade, falta de estrutura, fome, tortura e trabalhos forçados. Em quatro anos dos 946 presos internados 491 morreram, principalmente por doenças.
Artur Bernardes: primeiro relato de desumanidade e
violência em campos de concentração brasileiros.
Depois destes, oficialmente houve 12 campos de concentração no Brasil: Rio Grande do Sul: Daltro Filho; Santa Catarina: Trindade; Paraná: Presídio de Curitiba; São Paulo: Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Bauru, Pirassununga, Ribeirão Preto; Minas Gerais: Pouso Alegre; Rio de Janeiro: Niterói, Pernambuco: Chão de Estevam e Pará: Tomé-Açu. Houve outros dentre os oficiais como o de Ponta Grossa (PR), neste prenderam além de japoneses, alemães e italianos também austríacos, Joinville (SC) no qual 200 pessoas foram colocadas no qual era um hospício desativado e um em Recife (PE) que se tornou notório pelo fato de abrigar funcionários das Casas Pernambucanas somente porque seus patrões eram de origem germânica.
Em 1942, após a declaração de guerra do Brasil contra os países do Eixo, o governo brasileiro criou vários campos de concentração para cidadãos alemães, italianos e japoneses, considerados suspeitos de atividades antibrasileiras. Nestes foram feitos prisioneiros também os tripulantes das embarcações alemãs capturadas ou avariadas nas costas brasileiras.
Os imigrantes japoneses foram os que sofreram mais. Os de Belém, Parintins (AM) e Manaus e de outras regiões, por exemplo, foram obrigados a submeter-se a viver em lugares pré-estabelecidos pelas autoridades locais destas regiões em situação de isolamento como em um regime semelhante ao de campo de concentração nos confins do município de Acará, onde hoje se situa o atual Tomé-Açu. A escolha deste lugar da região foi estratégica porque as barreiras naturais, animais selvagens, etc., impediria os imigrantes de ter ou tentar ter qualquer contato com o mundo exterior. Dentro do campo de concentração, além de não possuírem qualquer tipo de comunicação ou estradas foi proibido de falar e ensinar o idioma japonês. O governo brasileiro interveio e também transformou a Companhia Japonesa em campo de concentração.
Todos acabaram sendo extintos em 1945, quando acabou a Segunda Guerra Mundial.
O motivo pelo qual levou a este período da história brasileira nunca foi incluído nos livros didáticos até o momento é porque, até 1996, foi considerado secreto pelo governo, que permitia apenas o acesso parcial das informações. Os arquivos foram lacrados com base em uma lei que proibia consultas ou pesquisas por 50 anos que em 1988 foi diminuído para 30 anos.
Para terminar queiram ver uma reportagem do Fantástico que mostra relatos de testemunhas vivas, sobreviventes, de um dos campos (o de Senador Pompeu) que é uma prova de que o Brasil também deixou sua marca de sofrimento na história da humanidade através do uso destes.
Fantástico: Campo de Concentração de Senador Pompeu - CE
Com este fato histórico há muito tempo ocultado faz surgir a seguinte pergunta: será que em alguma ocasião no futuro poderão ressurgir e dar espaço aos novos campos?
Já ouvi dizer que a Amazônia seria uma ótima escolha para a instalação deles!